
O comando da ARA entrou na Base Aérea nº 3, pela porta de armas e teve direito a continência, num Volkswagen que Raimundo Narciso alugara uns dias antes, em Lisboa, na Rua Eifel, como quem vem de fim de semana (era um domingo) e vai ali, com o militar da casa, ao bar beber um copo. Sorrateiramente, guiados pelo Ângelo de Sousa, os três heróicos combatentes da ARA, dirigiram-se não ao bar mas ao hangar onde estacionavam as aeronaves e colocaram 20 cargas explosivas e incendiárias em outros tantos helicópteros e aviões de treino que enchiam o hangar.
O Comando era constituído por Ângelo de Sousa, cabo miliciano, piloto de helicópteros, da própria BA3, em Tancos, Carlos Coutinho escritor e arquivista no jornal O Século, fardado de alferes da Força Aérea e António João Eusébio, pintor da construção civil, fardado de soldado da Força Aérea.
Não houve vítimas, nem mortes nem feridos. Foi uma acção planeada, como sempre, para não causar vítimas pessoais.
No dia 23/03/1971, a PIDE fez publicar na TV e nos jornais uma nota oficiosa com a foto de Ângelo de Sousa para tentar capturá-lo. Não conseguiu. Hoje posso dizer que o tínhamos escondido num apartamento da torre do cruzamento das avenidas de Roma e dos EUA, na imagem.
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